Durante a ação, o empresário Rodrigo Morgado e o influenciador Bruno Alexssander Souza Silva, conhecido como Buzeira, foram presos. A prisão do influencer aconteceu em sua mansão em Igaratá, no interior de São Paulo.
Segundo a Polícia Federal, ação é desdobramento da Operação Narco Vela, que teve como foco a repressão ao tráfico de entorpecentes por via marítima a partir do litoral brasileiro. A operação conta, ainda, com a cooperação da Polícia Criminal Federal da Alemanha (Bundeskriminalamt – BKA), visto que um dos investigados está localizado em território alemão.
As investigações indicam que o grupo criminoso utilizava técnicas sofisticadas de lavagem de dinheiro, com movimentações financeiras em criptomoedas e remessas internacionais, voltadas à ocultação da origem ilícita dos valores e à dissimulação patrimonial.
De acordo com a PF, parte dos valores movimentados teria sido direcionada para estruturas empresariais vinculadas ao setor de apostas eletrônicas, as bets. No total, estão sendo cumpridas 11 ordens de prisão e 19 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
As medidas judiciais incluem ainda o bloqueio de bens e valores que somam mais de R$ 630 milhões para a descapitalização da organização criminosa e à reparação de danos decorrentes das atividades ilícitas.
Empresário detido
O empresário Rodrigo de Paula Morgado foi preso em flagrante na manhã de 29 de abril deste ano. Policiais federais estavam à procura do empresário Rodrigo de Paula Morgado para cumprir mandados de busca e apreensão em sete endereços a ele vinculados, devido à sua suposta ligação com lavagem de dinheiro em um esquema de tráfico internacional de cocaína para a Europa e África, por meio de veleiros e pesqueiros, desmantelado pela Operação Narco Vela.
Morgado foi localizado pelos agentes em um hotel de luxo com uma pistola calibre 9 milímetros e recebeu voz de prisão. Dos sete endereços ligados ao empresário que foram alvos dos mandados de busca e apreensão, três se referem à sua empresa de contabilidade, sendo todos em Santos. Os demais são imóveis residenciais, ficando um em Bertioga e os outros em Santos, entre os quais uma mansão no Morro Santa Terezinha.
O acusado teve apreendida uma Ferrari, além de outros bens de valor e objetos de interesse às investigações. Ele foi solto quatro dias após a prisão devido a uma concessão liminar em habeas corpus impetrado pela própria esposa. (EF)
O Santa Portal não localizou a defesa do empresário. O espaço segue aberto para manifestações.
Suposta conexão de Buzeira com o PCC
Em fevereiro deste ano, o influenciador digital Buzeira virou alvo de uma investigação da Polícia Civil por suspeita de envolvimento com um integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Agentes cumpriram mandado de busca e apreensão na residência do influenciador, em um condomínio de alto padrão na Grande São Paulo. A ação faz parte de um inquérito que apura a relação de Buzeira com um criminoso apelidado de “Neymar do PCC”, preso em agosto de 2024 e apontado como liderança do tráfico de drogas na região central de São Paulo.
Segundo informações divulgadas pela TV Band à época, o influenciador teria recorrido ao suposto traficante para cobrar uma dívida de R$ 400 mil de uma terceira pessoa. Buzeira prestou depoimento na 96ª Delegacia de Polícia, localizada no Brooklin, zona sul da capital, e foi liberado após ser ouvido. Em publicações nas redes sociais, ele negou as acusações.
O Santa Portal também não localizou a defesa do influenciador. O espaço segue aberto para manifestações.
Operação Narco Vela
A Operação Narco Vela foi deflagrada em abril com o objetivo de desarticular uma organização criminosa voltada ao tráfico internacional de drogas, especialmente para os continentes europeu e africano. A quadrilha utilizava equipamentos satelitais e embarcações capazes de atravessar o oceano, como barcos e veleiros.
Mais de 300 policiais federais e 50 policiais militares do estado de São Paulo cumprem quatro mandados de prisão preventiva, 31 mandados de prisão temporária e 62 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Juízo da 5ª Vara Federal de Santos, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Pará e Santa Catarina.
A investigação teve início a partir de uma comunicação da DEA sobre a apreensão de três toneladas de cocaína, em fevereiro de 2023, dentro de um veleiro brasileiro em alto-mar, próximo ao continente africano, após abordagem feita pela Marinha Americana. Outros carregamentos também foram interceptados em águas internacionais pela Guarda Civil Espanhola e pela Marinha Francesa.
Comentários: