A bronquiolite é uma infecção viral que inflama os bronquíolos, afetando principalmente bebês e crianças com menos de dois anos. O vírus sincicial respiratório (VSR) é o principal causador da doença.
Os sintomas iniciais se assemelham aos de um resfriado comum, com congestão e coriza nas vias aéreas superiores, que costumam durar de dois a quatro dias. Depois, o quadro pode evoluir para taquipneia (respiração acelerada) e desconforto respiratório — sinais de alerta que exigem atenção. A infectologista pediátrica Carolina Brites explica que, nesse estágio, pais e responsáveis devem observar sintomas como sonolência, gemência, mãos e pés arroxeados, mucosas pálidas e pausas respiratórias.
“Quando o bebê nasce, o sistema imunológico dele é extremamente frágil. Então, quando aplicamos uma vacina, e isso vale para todas, o organismo identifica o agente, cria anticorpos e desenvolve imunidade contra aquela doença”, explica a infectologista.
De acordo com o Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS), órgão responsável pela gestão do Hospital Municipal de Bertioga, em 2023 foram registrados 328 casos de bronquiolite em crianças de até 12 anos. Em 2024, o número subiu 142,3%, totalizando 795 casos. Já em 2025, até o momento, foram contabilizados 388 registros.
Por outro lado, a Prefeitura de São Vicente informou que não houve casos de bronquiolite infantil em 2023. No ano seguinte, foram 14 casos registrados, e em 2025, até agora, o número cresceu para 30.
Em Santos, os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e Vírus Sincicial Respiratório (VSR) são registrados em conjunto. Em 2023, foram notificados 41 casos em crianças de até 5 anos. No ano seguinte, 2024, o número subiu para 42. Já em 2025, até o momento, 108 casos foram registrados, indicando um aumento expressivo da doença. Os profissionais de saúde de Santos receberão treinamento com o laboratório Pfizer, responsável pela produção da vacina contra o VSR, que será aplicada em gestantes para proteger o feto contra o vírus.
A vacina Abrysvo, fabricada pela Pfizer, foi aprovada em abril de 2024 e será aplicada em dose única. A distribuição está prevista para começar na segunda quinzena de novembro, com chegada ao SUS (Sistema Único de Saúde) até dezembro. O objetivo é imunizar o maior número possível de mães e recém-nascidos contra o VSR.
A infectologista reforça que o aleitamento materno é fundamental para fortalecer o sistema imunológico do bebê, assim como evitar aglomerações e reduzir o contato com pessoas nos primeiros meses de vida. Bebês prematuros têm maior predisposição a desenvolver a doença.
“A vacinação é primordial como medida preventiva para qualquer doença. Além da criança e da mãe, é importante que toda a rede de apoio esteja protegida, principalmente com vacinas respiratórias”, finaliza Carolina.
Comentários: